Bolhas econômicas e seus efeitos nocivos

Muito se fala, principalmente dentro da visão austríaca de economia, das Bolhas Econômicas. Mas afinal muitas pessoas ainda não tem ideia do que se trata. O tema é importante pois entender como uma bolha nasce e quais são suas consequências é fundamental para compreender muitas crises do capitalismo causadas por contínuo intervencionismo estatal visando "aquecer" a economia. Se presidentes de Bancos Centrais ao redor do mundo dessem valor é esta simples lógicas talvez não tivéssemos passado por tantas crises.
Para começar a entender a o conceito da bolha é necessário compreender o funcionamento básico de um mercado e do sistema de preços que flutua dentro dele.O preço é um número bem especial, pois ele condensa informações de mercado a serem avaliadas por diversas partes da cadeia produtiva e pelo consumidor. Tomemos como exemplo duas populações que compram batatas da mesma empresa via comércios locais.Digamos que a população A goste muito de batatas por algum motivo, e por isso muitas pessoas compram batatas nos mercados. Já a população B não é muito fã de batatas e por isso a procura é pequena. A partir daí a lógica é pura oferta e demanda. Digamos que 200 batatas tenham sido enviadas para a pA e 200 para a pB. Um comerciante da zona A pode aumentar o preço do produto, já que há muitas pessoas querendo comprar batatas, ou seja, a demanda é muito grande. Já um comerciante da zona B vai diminuir o preço para poder se livrar do estoque, já que a procura é muito baixa. Aí nós entramos numa parte de planejamento econômico ou cálculo econômico, onde o comerciante vai tomar uma decisão racional. Obviamente o comerciante A vai comprar mais batatas, e o B menos, já que em no primeiro há mercado consumidor para o produto e no segundo não.
Essa informação será passada via sistema de preço por sua vez para o produtor, que observará que a população A está comprando mais batatas e a população B menos. Ele desconhece completamente as causas dessa preferência, mas pelo sistema de preços ele sabe para onde escoar a maior parte da produção. E ele escoará para a A, que quer mais consumir o produto e está dispostas a pagar mais caro, observe que os dois lados saem ganhando, inclusive a população B que também receberá na quantidade adequada as batatas.
Observe que o preço transmite as informações de mercado entre o consumidor e o comerciante e o produtor sem especificar as causas de tal transformação, que são desnecessárias. Os preços permitem que as partes tomem decisões lógicas. O mais importante, eles mostram pra onde o empresário deve seguir, se ele deve investir ou poupar, se o mercado está fértil ou não. E é justamente aí que está o X da questão.
Quando Bancos Centrais alteram artificialmente as taxas de juros para baixo afim de alavancar a economia o que ele está fazendo é enganar o produtor sobre o caminho que ele tem que seguir, de forma que o empresário toma a decisão correta nas circunstâncias erradas. Qual a consequência disso? Quando se torna insustentável a continuidade desse sistema de concessão de crédito a bolha já está no seu auge e finalmente quando os juros voltam a subir elas estouram, criando um período de remanejamento da economia (agora para o lado certo) ao qual nós chamamos de crise.
Pense na concessão de crédito barato artificial como uma droga. No início você tem um êxtase inigualável, mas quanto mais se usa mais o efeito cai até o efeito quase não existir. Nesse ponto estaremos imprimindo dinheiro a rodo. Aí vem a abstinência, que é a crise e que é saudável, pois volta o corpo, ou nesse caso a economia, para seu estado natural.
Voltemos ao exemplo de cima. Numa situação onde os preços sejam alterados graças à alteração da taxa base de juros (preço base de tudo), o produtor não saberia para onde mandar sua produção, para ele, a população A poderia querer batatas na mesma quantidade da população B, e escoar os produtos desta maneira. Como consequência, faltariam produtos em A e sobrariam em B.

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